Contraste, Escolhas e Fé.

Não é estranho quando gostamos e não gostamos de uma coisa ao mesmo tempo? Vocês sentem isso? Tem coisa que batalhamos para conseguir, damos a cara à tapa, suamos a camisa, vencemos barreiras próprias e na hora de receber os méritos, não temos certeza se queríamos estar lá.
A sensação de perda de tempo consome de uma maneira corrosiva, não adianta alguém falar que você ainda é jovem, que pode conseguir tudo que deseja, que o tempo não é empecilho… Você se sente franca, vulnerável, com o famoso “mundo nas costas”. Como é ruim sentir isso, não ter a certeza de que o lugar que está é onde devia estar.
Qual a sensação de entrega total e apreciação suprema pelo que fazemos? Não sei se já tive essa sensação, sempre acho defeito em tudo, ou na faculdade, ou nas pessoas, ou no trabalho e quando não acho defeito em nenhum destes lugares, acho defeito em mim. A falta de confiança em si mesmo é outro ácido corrosivo.
O que fazer então? Confiança, até a de si mesmo, é uma coisa que construímos gradativamente, com o tempo, com tombos doloridos e conquistas suadas. Essa talvez seja a melhor e a pior parte, controversa novamente, porque só precisamos realizar este trabalho com nos mesmos, não precisamos lidar com as diferenças e os conflitos dos outros. Porém, temos que mexer nos nossos próprios conflitos e resolvermos, porque ficamos sem aquele colega para apontar o dedo e jogar a culpa de nada estar dando certo.
Tenho tentado pensar no futuro essas horas, lembrar do motivo que me levou a fazer estas escolhas e ver que no meio de tantas dúvidas, insegurança, contrastes, crises de criatividade e indecisão, tem as coisas boas, que me preenchem a minha alma, colorem meus dias cinzas, alegram meus momentos e me proporcionam o ato da expressão.
Mesmo que esses momentos sejam curtos e logo desaparecem no meio do turbilhão chamado correria, temos que nos prender a eles, ter um pouco de fé e acreditar que fizemos o que tinha que ser feito e que agora nos resta esperar. Pior conselho não existe não é verdade, essa de “o que tiver que ser será”, então vou com o trecho a música Partido Alto: “Diz que deu, diz que dá, diz que Deus dará, não vou duvidar oh nega…”

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