Sentada no sofá enquanto um feixe de luz aquece minhas pernas torno à pensar sobre a vida. Que meus pensamentos são inquietos, minha terapeuta já atestou, todavia dessa vez a necessidade é traduzida em uma nova roupagem.
Seria este o momento em que os pensadores finalmente serão lembrados em meio ao social, ou apenas atravessamos mais uma era de angústia e sentimentos sufocados pela aceitação de uma vida medíocre.
E veja bem, embora pareça forte o soar da expressão “medíocre”, não me refiro ao aspecto material do termo, mas sim ao mental e espiritual.
Sim somos uma sociedade que se apoia na mediocridade para sustentar a falta de vivacidade na busca pelo progresso.
E muitos dirão, ora que pessimista visão vindo de uma jovem privilegiada, mas talvez em meu valioso lugar de alguém que sabe alguma coisa sobre coisa nenhuma, é que devo pontuar pensamentos que me rodeiam.
Começando do começo, sinto a falta da empatia, simples sentimento de se conectar ao outro que coabita esse mesmo planeta, o qual chamamos “carinhosamente” de terra.
Ora, se somos semelhantes em nossas estruturas físicas e cognitivas, porque nos distanciamos tanto do outro sujeito imbuído das mesmas necessidades que as nossas? Talvez seja o fato de sermos produto de um sistema em que a matéria final é o egoísmo.
Falando em egoísmo, lembrei-me que dia desses assistia à uma aula de filosofia, o tema era ética e moralidade, e ao adentrar nos conceitos que me foram apresentados tomei ciência que ambas as expressões chegam ao final comum do amor.
Então, em meio aos meus devaneios, concluí que talvez sentir e expressar o amor tenha sido um hábito não mais valorizado no contexto social do ocidente.
Indo além na pauta do amor, inevitável é o pensamento que me leva a acreditar que a supressão do afeto é uma forma de controle para com o indivíduo, afinal o amor é a força mais poderosa que atua na vida de um sujeito. Logo, castrar o potencial empático e acolhedor dos seres os tornam robotizados, assim mais produtivos, e mais ainda solitários.
Pois bem, buscando me afastar de uma possível utopia, reconheço que simplesmente sentir o amor não é o fator que irá solucionar todos os problemas da humanidade, mas por outro lado, é a semente capaz de germinar em cada coração o sentimento de acolhimento para com o outro.
Enfim, as conclusões nem sempre são conclusivas, pelo contrário incitam questões internas que são convites à usar o cérebro a partir de novos parâmetros.
Dito isso, minha pequena reflexão é para que sejamos mais amorosos, mais amigos, mais verdadeiros, que ao ver o outro tentemos nos conectar além da forma que é delineada através de nossa retina, mas sim pela rede universal que conecta todos os seres, única exclusivamente pela razão de sermos humanos.
Com amor, Gabriela Gonzaga.
25/08/2020
Filosófico, profundo e contemplativo. Boas reflexões, Gabriela.
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Eita família talentosa! rsrs Parabéns pela linda reflexão! Continue escrevendo e expressando sua Alma!
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